sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Bem, é verdade... sim, desculpa... mas é que... o que eu queria dizer é que... Ok, não temos cá metido os pés, por falta de assunto ou até de tempo, nem eu sei... e, sinceramente, só cá voltei porque precisava de escrever.

Nunca desejei tanto que o tempo parasse. Crescer tem significado perder. Quando somos miúdos queremos muito ser grandes, achamos que isso é que é 'fixe', que isso é que faz de nós mais do que somos, mas, na nossa tenra experiência de vida, mal sonhamos no que significa verdadeiramente crescer. Hoje, cada vez mais tenho a consciência de que não quero, não é não querer, é que não seja deste jeito... mas não sou um mágico, não sou um hércules, nem um politico influente, sou apenas eu, tão inofensivo, tão sem poder.
Aproxima-se, já era esperada a perda, mas não tão grande perda. Este ano, não há sorrisos, não há partilhas, não há ajudas, não há abraços, não há união, não há nada. Este ano serei quase só eu, perdido em mundo desconhecido, gentes estranhas, rostos retorcidos, serei eu no meu silêncio... não mata, destrói; ajuda a identidade puzzle... onde as peças... essas à muito começaram o seu desembargue.
Sou humano, tenho o direito de sentir. Sou humano, tenho o direito de me expressar.
E dizemos alto, em letras maiúsculas, dizemos uma, duas, mil vezes, dizemos para convencer o outro, dizemos acima de tudo para nos convencermos...dizemos coisas...dizemos... dizemos e não acreditamos, e isso sufoca-nos ainda mais, aquela dor que dói, sim a 'dor que dói', aquela que sentes em silêncio e não pronuncias; não há lágrimas a cair do rosto, não há más palavras, não há porque não tem por quem haver, serei apenas eu.
Vou bater no fundo, depois vou construir a muralha que já conheço de cor, tão grande, tão sólida, tão cinzenta, tão infinita (como o universo diria); vou congelar o coração, torná-lo frio, gelado, de pedra; vou fechar os olhos e sentir este vazio consumir-me.

Vou ficar... sentado na beira da estrada deserta, e adormecer acreditando que crescer é mais que peder.


FreeM

Peço desculpa pelos devaneios d'alma... mas quem não os tem?!

1 comentário:

  1. Devo dizer-vos aos dois que certamente haverá muitos sorrisos e muitas partilhas, muitos abraços, imensas ajudas e o mais importante a união que criaram jamais será quebrada basta alimentarem-na aos pouquinhos…e tenho a certeza que vocês o saberão fazer lindamente :)

    E crescer é muito mais do que perder…é perder, é ganhar, é lutar por vezes até é pura e simplesmente parar para limpar as armas :)

    Não se deixem bater no fundo…dizem que ser amigo não é atirar-se junto com o outro mas estar lá em baixo a amparar a queda :) e sabem que mais?? Vocês têm-se um ao outro ;)

    E como dizem Rui Veloso e Carlos Tê:
    A tua pequena dor
    quase nem sequer te dói
    é só um ligeiro ardor
    que não mata mas que mói

    é uma dor pequenina
    quase como se não fosse
    é como uma tangerina
    tem um sumo agridoce

    de onde vem essa dor
    se a causa não se vê
    se não é por desamor
    então é uma dor de quê?

    não exponhas essa dor
    é preciosa é só tua
    não a mostres tem pudor
    é o lado oculto da lua

    não é vicío nem custume
    deve ser inquietação
    não há nada que a arrume
    dentro do teu coração

    talvez seja a dor do ser
    só a sente quem a tem
    ou será a dor de ver
    a dor de ir mais além?

    certo é ser a dor de quem
    não se dá por satisfeito
    não a mates guarda bem
    guardada no fundo do peito.

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